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martes, 23 de julio de 2013

Mobilidade espacial e superexploração do trabalho: desafios teóricos e metodológicos da análise de processos de proletarização na Amazônia Oriental

Por Gil Almeida Felix
As atividades que constituem a rede de produção agropecuária em algumas regiões da Amazônia brasileira, em especial, naquelas cuja expansão se deu nos últimos 30 anos, envolvem um contingente de trabalhadores composto, em geral, por homens, que têm entre 13 e 40 anos de idade e que são recrutados por meio de contratos informais e temporários, como é o caso dos pagamentos por “diárias” e “empreitas”. Esses trabalhadores, cuja formação social se caracteriza por percursos de intensa mobilidade espacial, também circulam na construção civil e nas redes de produção do carvão, da madeira e do garimpo, tanto nas vilas e centros urbanos da região, quanto em outras partes do país e de países vizinhos.
Desde os anos 1960, essa expansão agropecuária condicionou formas específicas de mobilização e imobilização da força de trabalho, bem como processos violentos de expropriação de terras ocupadas por pequenos produtores, fatos esses que, na maioria das vezes, foram tomados como expressões do atraso e qualificados como maneiras arcaicas de expropriação e de superexploração que teriam lugar nos rincões atrasados do país e que, portanto, seriam substituídos e/ou superados pelo desenvolvimento econômico e social ou por uma intervenção estatal qualificada.
Nos últimos anos, a expansão das atividades industriais de mineração dirigidas pelo grande capital, em especial, pela empresa Vale e associadas, tem mobilizado contingentes populacionais significativos para algumas cidades e tem sido anunciada como promotora do “desenvolvimento” local, na medida em que superaria certas dinâmicas sociais presentes nas atividades antes economicamente predominantes.
Neste sentido, a comunicação: (1) analisa determinadas características dos processos de proletarização em curso no campo brasileiro, em especial, em algumas regiões da Amazônia Oriental em que houve recente expansão das atividades de mineração industrial; (2) realiza análise inicial das implicações teóricas que tais processos representam para as interpretações que consideram as relações de superexploração do trabalho como expressões extemporâneas e superáveis através da promoção do desenvolvimento do capitalismo; (3) realiza análise dos desafios metodológicos que tal contingente de trabalhadores representa para a pesquisa sócio-antropológica, em especial, para a devida compreensão das suas trajetórias sociais e das atuais formas de acumulação de capital.

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